1965
Estados Unidos
PublicaçãoIdiomas disponíveis
Português
Marcadores
Cidades Novas, Planejamento Urbano
Colaborador
Joelma A.S. da Palma e Diego Mauro
“A estrutura ilustrada nos Diagramas C e D é uma 'árvore'. Uma vez que este axioma exclui a possibilidade de existência de conjuntos sobrepostos, secantes ou interceptantes, não existe uma maneira pela qual o axioma da 'semi-trama' possa ser desmentido ou violado, já que todas e cada uma das árvores é, trivialmente, uma 'semi-trama' simples”.
“Plano para Tóquio. Projetista: Kenzo Tange. […] O Plano consiste de uma série de laços ou anéis, dispostos através da Baía de Tóquio. Há quatro laços maiores, cada um deles contendo três laços médios. No segundo laço maior, um dos laços médios é a estação ferroviária e outro o embarcadouro. Além disso, cada laço médio contém três laços menores, que são os bairros residenciais, exceto no terceiro laço maior, onde um deles abriga os edifícios governamentais e outro as instalações industriais.”
“Chandigarh (1951). Projetista: Le Corbusier. A cidade, como um todo, é servida por um centro comercial, situado no meio da composição e conectado, acima, ao centro administrativo. Dois núcleos comerciais alongados estão dispostos ao longo das principais vias arteriais, no sentido norte-sul, e pendurados nestas, assentou-se os centros comerciais, administrativos e comunitários secundários, um para cada um dos 20 setores da cidade.”
"Brasília. Projetista: Lucio Costa: a forma, como um todo, se rebate no eixo central, e cada uma das duas asas-metade é servida por uma única artéria principal. Esta artéria principal, por sua vez, é alimentada por artérias secundárias, paralelas a ela. Por fim, essas artérias secundárias são alimentadas pelas vias que contornam as super-quadras. A estrutura é 'em árvore'.”
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Christopher Alexander, 1965:
"A 'árvore' do meu título não é uma árvore verde e com folhas. Aqui, o termo 'árvore' se refere a uma estrutura abstrata. E eu o utilizarei em oposição a uma outra estrutura abstrata, ainda mais complexa, denominada 'semi-trama', ou 'semi-retícula'. [...] Vou denominar aquelas cidades que surgiram e se desenvolveram, mais ou menos de forma espontânea, e ao longo de muitos e muitos anos, de 'cidades naturais'. E chamarei aquelas cidades ou partes de cidades que foram deliberadamente criadas por projetistas e planejadores, de 'cidades artificiais'. [...] Hoje, se reconhece - cada vez mais amplamente -, que falta algum ingrediente essencial nas cidades artificiais. Quando comparadas com cidades antigas, que adquiriram a pátina da vida, nossas tentativas modernas de criar cidades artificialmente são, sob um ponto de vista humano, inteiramente mal-sucedidas. [...] Quando pensamos em termos de 'árvores', estamos trocando a riqueza e a humanidade da cidade viva por uma certa simplicidade conceitual que só beneficia ou facilita a vida dos projetistas, dos planejadores, administradores urbanos e incorporadores imobiliários. Cada vez que um trecho da cidade é destruído, e se edifica uma 'árvore' para substituir a 'semi-trama' pré-existente, a cidade dá um passo adiante em direção à desestruturação. [...] Para a mente humana, a 'árvore' é o veículo mais fácil para os raciocínios complexos. Mas a cidade não é, não pode ser, nem deve ser uma árvore. A cidade é um receptáculo para a vida."
ALEXANDER, Christopher. Uma cidade não é uma árvore. Disponível em: [http://www.vivercidades.org.br/publique_222/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1123&sid=21&tpl=printerview]. Acesso em 19/02/2010. Tradução: Mauro Almada